Se estivéssemos tratando da carreira militar, poderíamos falar que a vereadora Lú de Rony teria desertado. Essa é a forma que o exército qualifica aqueles militares que abandonam suas posições dentro da força militar. Quando um militar abandona o serviço ou posto sem permissão de um superior, é considerado deserção. A deserção é feita com a intenção de não voltar à posição ou função.
Nesse caso, trata-se de uma situação diferente, até mesmo porque, segundo declarou a vereadora Lú de Rony, a sua “deserção” foi uma questão de sobrevivência política. Além disso, Lú de Rony relatou para o site O Protagonista, do competente jornalista Augusto Ferreira, que, se dependesse do PT, ela não seria reeleita. Segundo ela, o grupo do PT é fechado e ela foi tratada como uma estranha no ninho.
A vereadora não poupou críticas ao grupo liderado pelo Deputado Federal Zé Neto, em Feira de Santana. “Se eu fosse acolhida e respeitada onde estava, certamente não teria esta posição agora. Eu não cuspiria no prato que comi, se fosse bem tratada, mas não foi assim que aconteceu”, disse Lú de Rony.
Mostrando que não perdeu tempo, a vereadora já estava, na tarde de hoje, participando de uma reunião com o prefeito eleito José Ronaldo, juntamente com mais 12 vereadores que deverão compor a base do governo no próximo ano na Câmara de Feira de Santana. Lú de Rony disputou as eleições pelo Partido Verde (PV) em uma federação com o PT, que escolheu apoiar para prefeito o deputado federal Zé Neto.
Em resumo, a “deserção” de Lú de Rony revela não só as divisões internas do grupo de Zé Neto, mas também a habilidade política da vereadora em buscar novos horizontes quando se vê encurralada. Se o exército tem seus desertores, a política feirense tem os seus sobreviventes.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307
Fonte: O Protagonista/ Augusto Ferreira