O subsecretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Hélio Jorge Oliveira Paixão teve concedida a aposentadoria voluntária, conforme portaria nº 00309804, publicada hoje (29), no Diário Oficial da Bahia. A aposentadoria precoce de Hélio Jorge acontece justamente em um momento delicado, onde membros da SSP estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal e a capital baiana é a primeira do ranking da violência do Brasil.
A divulgação da aposentadoria voluntária de Hélio Jorge foi recebida com surpresa no meio da policial civil baiana, considerando que ele está no auge da sua carreira de policial e por todo o seu trabalho já realizado. Largar o “osso” nesse momento, significa que as coisas estão muito ruim ou vai piorar ainda mais.
Como delegado classe especial, Hélio Jorge já ocupou o cargo de Delegado-Geral da Polícia Civil, no período de 2011 à 2015, ficando subordinado ao ex-secretário de segurança pública, Mauricio Telles Barbosa, denunciado na “Operação Faroeste” por manter uma organização criminosa sobre seu comando.
Indo para aposentadoria, o subsecretário Hélio Jorge passa a ganhar pelos proventos integrais – R$35.755,84 (trinta e cinco mil setecentos e cinquenta e cinco reais e oitenta e quatro centavos), compostos por Vencimento – R$5.343,08, 29.00 % Adic Tempo de Serviço Inc – R$5.052,83, 122.93 % CET Incorp Venc Basico – R$6.568,25, 7.00 % Grat Tit Especiali Inc – R$374,02, GAJ V Inc – R$6.337,19, Estabilidade Econ Inc – R$12.080,47.
Segundo o Departamento de Planejamento, Administrativo e Finanças – DEPAF ligado a SSP, desde 2016 até então 140 delegados foram aposentados na polícia civil. Atualmente o número de delegados na polícia civil baiana é de 808 profissionais, sendo 517 classe especial, 41 classe I, 98 classe II e 152 classe III, com déficit de 392
Ainda o mesmo departamento, o número adequado de delegados ocupando o cargo deveriam ser de 1.200, embora esses números estejam defasados, diante da realidade que vivemos na Bahia e os números da violência de acordo com a 15ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia apresentou altos índices em todas as cidades baianas.
A guerra estre facções rivais que acontece nas ruas de Salvador reflete muito bem o grau de compromisso e preocupação das autoridades com a sociedade. Em 2020 foi registrado o maior número de assassinatos, chegando a um total de 1.558 homicídios, uma taxa de 54% para cada 100 habitantes e já se sabe que até o início do segundo semestre de 2021, em relação a 2020, os números estão obsoletos, com isso, Salvador garante por dois anos consecutivos o primeiro lugar.
As principais ocorrências registradas diariamente nas delegacias da Bahia são: homicídios, latrocínios, feminicídios, estupros, roubos, lesões corporais, entre outros casos que asseguram o Estado da Bahia com o título de campeã da violência no Brasil.