O ditado é velho, mas certeiro “tem raposa no galinheiro”. Traduzindo para os dias de hoje, significa que alguém em posição de confiança pode estar se aproveitando da situação para tirar vantagem. E quando isso envolve dinheiro público, o cheiro de problema fica ainda mais forte.
De acordo com declarações do deputado Zé Neto, o governo do estado da Bahia teria destinado R$ 80 mil para o cachê de um artista que se apresentaria na Marcha para Jesus, realizada no último sábado, dia 09 de agosto. Até aí, nada de anormal, eventos públicos recebem apoio financeiro. O problema é que nem o artista apareceu, nem o tal “investimento” foi visto. A pergunta é simples, onde está o dinheiro?
Informações apontam que a empresa Oficina Digital Prod. e Marketing e Agência de Viagens Ltda, ligada ao ex-secretário municipal de Feira de Santana e produtor musical Nau Santana, da Oficina da Música, teria sido a responsável pela contratação. E é aí que a coisa começa a esquentar. O vereador Ismael Bastos não deixou passar batido e pediu uma CPI para investigar o caso, sugerindo inclusive a convocação do próprio Zé Neto, dos secretários envolvidos, dos organizadores do evento e da empresa responsável pelas contratações.
Não é preciso ser especialista em finanças públicas para entender que estamos diante de algo que merece explicação rápida e detalhada. Se o governo do estado realmente enviou esses R$ 80 mil, é obrigação de todos os envolvidos mostrar onde o dinheiro foi parar. Porque verba pública não é prêmio de loteria para sumir misteriosamente, nem pertence a quem administra.
Afinal, não se pode tratar o que é público como se fosse algo que vai para a PRIVADA no sentido mais literal e desrespeitoso possível. Quando se administra o dinheiro do povo, a responsabilidade precisa vir antes da conveniência.
Se a raposa está mesmo no galinheiro, está na hora de acender as luzes, abrir as portas e mostrar o que ela anda fazendo lá dentro.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307