Em Feira de Santana, a política parece ter incorporado o espírito de um clássico Ba-Vi. De um lado, o time de Pablo Roberto, do outro, o de Zé Chico. E, como em todo bom duelo baiano, o clima é de rivalidade, torcida e, claro, aquela secadinha básica. “Secar o time rival”, expressão tão comum nas arquibancadas, parece ter virado também tática eleitoral na Princesa do Sertão.
Há quem, do lado de Zé Chico, esteja torcendo de camarote para que o vice-prefeito Pablo Roberto pendure as chuteiras de sua pré-candidatura a deputado federal. E que, ao sair de campo, Pablo decida entregar o colete e vestir a camisa do ‘’adversário’’. Mas, ao que tudo indica, esse pênalti não vai ser batido.
Mesmo que, por acaso, Pablo resolva desistir de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, dificilmente ele abrirá espaço para Zé Chico marcar o gol. A bola, neste caso, parece ter outro destino, e o passe seria direto para o ex-prefeito Colbert Martins Filho, que também é pré-candidato a deputado federal, com quem Pablo Roberto mantém uma relação de gratidão política. Vale lembrar, nas eleições de 2022, Pablo recebeu 42.635 votos em Feira, uma marca respeitável que o mantém como nome de peso na política feirense.
“Quando o pescador guarda a rede, o outro corre para jogar o anzol”, diz o ditado. Só que, dessa vez, o anzol está sem isca, e a pescaria promete ser frustrante para quem apostava na desistência do vice-prefeito, e ainda o apoio a Zé Chico. Na política, a renúncia de um costuma ser o banquete do outro, mas, ao que tudo indica, se Pablo Roberto resolver sair do jogo, o prato não será servido para Zé Chico.
Pelo andar da carruagem, como se diz no linguajar popular, “sem chance”. E quem apostou na desistência de Pablo para garantir reforço no time de Zé, vai precisar se contentar em assistir ao jogo das arquibancadas torcendo, para o outro escorregar.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307