Quem confiou demais nos números da pesquisa da L3 Sistemas e Consultoria, registrada no TSE sob o número BA-04897/2024, deve estar até agora tentando entender o que aconteceu em Ruy Barbosa. Os dados colhidos entre os dias 31 de março e 1º de abril ouviram 586 eleitores e anunciavam, com toda pompa, que o médico Dr. George, do PSD, venceria com folga a eleição suplementar no município. Segundo o levantamento, o doutor aparecia com 53,4% das intenções de voto, enquanto Eridan de Bonifácio (MDB) surgia com 44,4%.
Eridan de Bonifácio virou o jogo, contrariando expectativas e derrotando o candidato do senador Otto Alencar, com 51,57% dos votos válidos, contra 48,43% de Dr. George. Uma diferença apertada, mas suficiente para desmontar os andores da comemoração antecipada e surpreender até os analistas mais experientes.
O que mais chamou atenção foi o desfecho, a própria terra natal do senador Otto Alencar. Homem de influência na cidade, Mas dessa vez, sua força política não foi suficiente para impedir a reviravolta. A vitória de Eridan de Bonifácio escancarou que, em Ruy Barbosa, a decisão ainda mora no coração do eleitor, e não nas previsões frias dos institutos.
Vale lembrar que essa eleição só aconteceu porque o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) determinou, em outubro do ano passado, a anulação da candidatura de Bonifácio nas eleições anteriores. À época, a Câmara de Vereadores rejeitou as contas de 2016 do ex-prefeito, apontando desvios de recursos do Fundeb, o que o tornava inelegível.
Eridan de Bonifácio, assume o comando da prefeitura, dando uma aula de resistência e contrariando quem já tinha colocado a faixa de “eleito” no peito. Fica a pergunta. Onde foi parar aquela vantagem apontada pela pesquisa?
Em Ruy Barbosa, o eleitor mostrou que, por mais que se antecipe a vitória com números e previsões, é no silêncio da urna que a voz verdadeira se impõe.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307