Parece que a atual presidente da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, Eremita Mota, decidiu que a sua saída no dia 1º de janeiro não poderia passar despercebida. Nesta terça-feira (17/12), a vereadora baixou uma portaria que já entrou para os anais das medidas inusitadas da Casa da Cidadania. O documento, com detalhes dignos do manual de etiqueta ética, proíbe a entrada de pessoas em estado de embriaguez nas dependências da Câmara de vereadores de Feira de Santana.
Entre os critérios para identificar listam-se, comportamento alterado, dificuldade para andar, falas desarticuladas, hálito etílico e qualquer outro sinal que denuncie que o cidadão talvez tenha extrapolado na cervejinha. Tudo isso, sem a ajuda de um bafômetro ou etilômetro, mas sim sob o julgamento criterioso dos servidores da Casa da cidadania. Afinal, quem precisa de tecnologia quando se tem “o olho clínico” ou um faro apurado.
A portaria chega dias após Eremita insinuar publicamente que o colega vereador José Carneiro Rocha participou de uma sessão sob o efeito de álcool, uma acusação que fez mais barulho do que a discussão de qualquer projeto em pauta. Agora, com a nova regra, resta uma dúvida, a presidente quis proteger a Casa legislativa ou lançar uma “indireta oficial”?
A gestão de Eremita não poderia definir sem mais um momento digno do roteiro de uma comédia política. É nessa Câmara que já presenciamos as mesmas suspeitas de vereadores armados nas sessões, acusações de assédio e até relatórios de oferecimento de denúncias ilícitas entre os parlamentares. Como bem diriam por aí, a Casa da Cidadania está longe de ser monótona.
Com a eleição da nova mesa diretora em janeiro, resta saber, será que a “Portaria da Cachaça” sobreviverá ao recesso? Ou será que, até lá, novas polêmicas vão brindar à Câmara mais uma vez? Como diria o velho ditado popular, “Nesta Casa, até o silêncio parece barulhento.’’
Por: Fábio Negriny / DRT 3307