A expressão popular nordestina “onde fui amarrar meu jegue” nunca fez tanto sentido como no atual momento político de Feira de Santana, especialmente para o cantor gospel e vice na chapa de Zé Neto, Sandro Nazireu. Esse adágio, que pode ser traduzido como “onde fui me meter?”, “como acabei nessa situação?”, reflete a tomada de decisões precipitadas ou desfavoráveis e está sendo amplamente comentado entre os eleitores e líderes religiosos da cidade.
O centenário ditado, utilizado para indicar uma situação complicada ou empacada, agora simboliza a posição delicada de Sandro Nazireu. A decisão de compor a chapa majoritária do PT em Feira de Santana como candidato a vice-prefeito ao lado de Zé Neto tem provocado uma onda de rejeição entre seus seguidores e líderes evangélicos.
Nas redes sociais, especialmente no Instagram, os seguidores do cantor não pouparam críticas, demonstrando desaprovação pela nova empreitada política de Sandro Nazireu. Líderes evangélicos da cidade também expressaram sua insatisfação. Dezenas de pastores afirmam que a posição de Sandro é incompatível com os ensinamentos bíblicos pregados em suas igrejas. Essa situação tem levado muitos a questionarem a possibilidade de Nazireu continuar se apresentando nesses templos.
A comparação com outros artistas gospel, como Kleber Lucas e Leonardo Gonçalves, que viram suas carreiras declinarem após apoiarem partidos de esquerda, é inevitável.Um pastor da cidade desabafou nas redes sociais: “O que esperamos é que o irmão Sandro Nazireu se arrependa do erro que cometeu e retroceda enquanto há tempo de recuperar tudo aquilo que Deus lhe deu e que ele pode estar deixando ir ralo abaixo.” Essa declaração ecoa o sentimento de muitos que acreditam que o cantor está arriscando sua carreira e reputação por uma decisão política controversa.
Em meio a essa tempestade, Sandro Nazireu se vê em uma posição onde a expressão “olha onde amarrei meu jegue” ilustra perfeitamente seu atual dilema. A decisão de se aventurar na política, que parecia promissora, agora se mostra uma estrada cheia de obstáculos, questionamentos e possível isolamento dentro de sua própria comunidade evangélica . Resta saber se ele conseguirá reverter essa situação e recuperar a confiança de seus seguidores e líderes evangélicos ou se sua carreira seguirá o caminho da expressão popular, empacada e difícil de sair do lugar.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307