A eleição municipal realizada no último domingo (06/10) trouxe à tona uma realidade amarga para o MDB em Feira de Santana. O partido, que já foi derivado de força e influência na política municipal e estadual, se apequenou, perdendo completamente o protagonismo nas urnas. O momento é desolador, figuras políticas antes engajadas na candidatura do deputado federal Zé Neto (PT), que disputava a prefeitura, sumiram da cena pública. Avaliações intuitivas de bastidores, que garantiram cadeiras na Câmara de Vereadores para alguns nomes, mostraram-se em vão. Nada se concretizou.
Entre os partidos que mais sentiram o baque, o MDB, liderado pelos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima na Bahia, teve um desempenho tão inesperado. A expectativa nas convenções partidárias era de que o partido emplacaria, no mínimo, dois vereadores. Havia até quem ousasse prever quatro cadeiras, num verdadeiro “milagre” eleitoral. A realidade, no entanto, foi dura, a sigla não conseguiu sequer atingir o quociente eleitoral. Com menos de 8 mil votos somados, ficou à margem do processo.
O fracasso do MDB em Feira de Santana revela a falta de musculatura política de seus candidatos. Não houve, como avaliaram alguns especialistas , um nome com força competitiva para fazer frente à disputa acirrada pela Câmara de Vereadores. O projeto dos dirigentes do partido no município foi um fiasco, refletindo uma desconexão com a realidade política da cidade.
O que chama mais atenção é o contraste com o passado. O MDB, que nas eleições anteriores foi o partido que mais elegeu prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, vê agora sua influência se esvair em Feira de Santana. O partido, que já foi grande, hoje amarga a falta de representatividade na Casa da Cidadania feirense. Não elegeu sequer um vereador, perdendo toda a herança política conquistada ao longo de décadas por figuras importantes que integraram o partido.
Fundado em 24 de março de 1966, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) ainda mantém o maior número de filiados no país, com mais de 2 milhões de membros. Mas, em Feira de Santana, essa força histórica parece não ter sido suficiente. A sigla, que já foi gigante, transformou-se em um partido de pequeno porte, sem força política no município para manter viva a tradição de tempos passados.
O MDB desaparece das urnas e da política feirense, deixando um espaço descartável que será difícil de preencher. A pergunta que fica, qual será o futuro de um partido que, em sua essência, foi pilar da democracia brasileira, mas que agora se vê sem uma cadeira sequer para chamar de sua em Feira de Santana?
Por: Fábio Negriny / DRT 3307