Serra Preta voltou aos holofotes e não foi por festa nem inauguração. A compra de kits de alimentação escolar, feita pela prefeitura em 2021, está no centro de uma encrenca que pode feder mais do que arroz estragado na dispensa. O caso, que começou com uma denúncia anônima enviada ao CEDUC (Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação), foi parar nas mãos da Justiça Federal.
O problema gira em torno dos kits distribuídos aos alunos da rede municipal durante o período das aulas remotas na pandemia. A denúncia fala em possíveis falhas, má gestão e um cheirinho de desvio no ar. A coisa ficou séria a ponto da 21ª Promotoria de Justiça de Feira de Santana passar o bastão para a Procuradoria da República, afinal, quando se mexe com verba federal.
E por falar em comando, quem estava no trono da prefeitura na época era Franklin Leite, o mesmo que hoje ocupa a cadeira de prefeito. Em 2020, ele foi eleito com 57,52% dos votos, cerca de 7.695 eleitores que depositaram confiança nas promessas de boa gestão.
Nenhuma nota, nenhuma coletiva. O silêncio, nesse tipo de caso, costuma falar mais alto. Enquanto isso, a Justiça Federal deve abrir a caixa-preta desses contratos com lupa e pinça. Se tiver irregularidade mesmo, vai ter que explicar cada centavo usado dos recursos do PNAE, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que não foi feito para enriquecer fornecedor, mas para alimentar estudante.
Serra Preta agora está com um abacaxi federal nas mãos. E se a denúncia se confirmar, vai ter muito figurão tendo que responder onde foi parar o dinheiro da merenda. E justiça, quando bate à porta, não pede licença. Ela entra.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307