Na eleição da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, o espetáculo das vaidades parece ter ganhado um novo ato e, convenhamos, não dos melhores. Inspirados por um suposto espírito de independência, alguns vereadores decidiram formar um tal grupo “quase-oposição” para desafiar o prefeito eleito José Ronaldo. Sabe qual foi o resultado? Algo que só pode ser descrito como “saiu pior que o soneto”.
Vale relembrar que a expressão “saiu pior que o soneto” nasceu no século XV, quando mexer em sonetos já prontos era sinônimo de estrago. Parece que a lição histórica passou longe da “princesa do sertão”, onde as tentativas de costura política desse grupo acabaram em um retumbante “não deu certo”.
O grupo, que já dava como certa a eleição do vereador Pastor Valdemir Santos para presidente da Câmara, viu o sonho ruir antes mesmo de firmar os alicerces. Com a queda, ressuscitaram como uma fênix meio desajeitada, o nome do vereador Jorge Oliveira como o “consenso”. Mas o consenso desmoronou mais rápido do que uma casa de cartas na ventania natalina, três dos integrantes abandonaram o barco, deixando o grupo com mais buracos que uma peneira velha.
Não custa nada lembrar que os poderes são independentes, sim, mas precisam trabalhar juntos ou, pelo menos, parecer que trabalham. Talvez seja hora de alguns vereadores pararem de destilar veneno nas rodas de resenha e começarem a pensar na cidade. Mas é bom lembrar que, na política, quem brinca de oposição sem estar preparado acaba virando piada.
Agora, o que restou do grupo “quase-oposição” tenta desesperadamente criar narrativas contra os vereadores que têm, ao que tudo indica, a bênção do prefeito eleito. Mas, cá entre nós, o jogo político tem regras, e uma delas é não subestimar o poder da harmonia entre os poderes. Independência é importante, mas é sempre bom lembrar que harmonia ao menos na política não é um favor, é uma necessidade.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307