O velho ditado popular, que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”, revela, sem filtro ou maquiagem, a mais pura essência do egoísmo humano. É o retrato da política baiana, onde, ao que parece, vale mais puxar o tapete do que estender a mão.
Quem tem sentido isso na pele é o senador baiano Ângelo Coronel. Entre uma postagem e outra no Instagram, o senador tem soltado farpas bem afiadas não em qualquer direção, mas mirando diretamente em figuras grandonas do PT. O recado é claro, ele está se sentindo isolado, preterido e, sobretudo, desrespeitado.
O Senador Ângelo Coronel, que sempre gostou de se mostrar alinhado, agora demonstra estar mais para desalinhado, não por escolha, mas por imposição. Ignorado nas conversas sobre a composição da chapa majoritária para 2026, ele vê seu nome constantemente fora das rodas de decisão. Não apenas no ego, mas no entendimento de que, na política, amizade é moeda fraca e que lealdade, muitas vezes, é artigo de luxo.
Em tom quase de desabafo, o senador chegou a postar um vídeo dizendo.
“Estou aqui em um trote, sem ninguém atrás para me passar a rasteira, e na frente não estou enxergando ninguém. ” A frase, aparentemente leve. Trata-se de uma cutucada direta, não está sendo perseguido, ainda, mas também não está sendo considerado. É como aquele jogador que está no banco, mas sequer é chamado para o aquecimento.
Senador Coronel, natural de Coração de Maria, já entendeu o recado dos bastidores. E quem lê nas entrelinhas sabe, ele está batendo na cangalha para o burro entender. Há um incômodo evidente com o modo como certos caciques petistas têm jogado o jogo, com as cartas marcadas.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307
.