Nas últimas eleições em Feira de Santana, centenas de candidatos lançaram suas candidaturas à vereador, com resultados tão variados quanto a diversidade de opiniões na cidade. Porém, em meio à efervescência política, um fenômeno preocupante tem surgido, as facções políticas, com suas promessas mirabolantes e estratégias duvidosas.
É comum, especialmente em tempos eleitorais, ver surgirem indivíduos que se autodenominam como “vendedores de sonhos”, muitos deles provenientes até da capital baiana e de outras cidades, com a intenção de formar uma verdadeira farândola política. Prometem números extravagantes de vereadores eleitos, como se fosse uma fórmula mágica pronta para ser aplicada. Contudo, é essencial exercer cautela diante do “conto do vigário”.
A expressão “conto do vigário” é bastante conhecida e refere-se a artimanhas desonestas praticadas por terceiros. É exatamente isso que pode estar por trás dessas facções políticas que surgem como solução para todos os problemas. É fundamental lembrar as palavras sábias do livro de Lucas 6:44, que nos ensina que cada árvore é conhecida pelos frutos que produz, e que é impossível colher figos de ervas daninhas.
Um dos aspectos mais cruciais a se observar nessas facções políticas é quem está por trás delas. Afinal, como podem esses vendedores de sonhos garantir resultados tão grandiosos? Devemos questionar suas motivações e analisar com cuidado seus líderes e membros, pois é através deles que podemos compreender a verdadeira natureza dessas organizações.
Não podemos ignorar as lições aprendidas com as eleições passadas. Muitos candidatos, seduzidos pelo brilho das promessas, acabaram sendo usados como peões em jogos de interesses obscuros. Casos como o do candidato a deputado federal que, agora, busca uma vaga na câmara de vereadores, e que despejou uma quantia de R$ 250.000 (Duzentos e cinquenta mil reais) em uma empresa associada a seu coordenador de campanha, segundo o candidato esse dinheiro foi gasto para fazer pesquisas eleitorais. Esses são exemplos claros do desvirtuamento do processo democrático.
É urgente que os potenciais candidatos se mantenham vigilantes e não se deixem iludir pelo canto da sereia. Devemos resistir à tentação de sermos apenas peças manipuláveis nas mãos dessas facções políticas. Afinal, o verdadeiro interesse por trás dessas organizações é claro: usufruir do polpudo fundo partidário, enquanto as esperanças da população são subjugadas e o sistema democrático é corroído.
Portanto, que fique claro: em Feira de Santana, assim como em qualquer lugar, é preciso estar atento aos falsos profetas políticos, às promessas vazias e às armadilhas do “conto do vigário”. Só assim poderemos proteger a integridade do processo democrático e garantir que nossas instituições políticas sirvam verdadeiramente aos interesses da população.
Por: Fábio Negriny