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Entre o Axé e a saudade: Newton Torres e a falta que seu camarote faz na micareta

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Há memórias que resistem ao tempo. Há espaços que, mesmo vazios, continuam habitados pela lembrança. A Micareta de Feira de Santana, que este ano vai colorir a Avenida Presidente Dutra entre os dias 1º e 4 de maio, sob o tema “Arte, Axé e Alegria”, carrega muitas histórias, mas nenhuma tão viva na memória dos foliões quanto a do lendário camarote de Newton Torres.

Quem viveu, sabe. Quem passou, jamais esqueceu. Entre as batidas dos tambores e o brilho dos trios elétricos, havia um ponto de encontro onde as diferenças desapareciam, o camarote Newton Torres. Mais do que uma estrutura admirável, era um refúgio de hospitalidade e festa genuína.

Newton Torres recebia como poucos. Seus convidados fossem amigos de infância, celebridades ou o folião, eram tratados com o mesmo calor. Comida farta, bebida à vontade, música e uma alegria que começava antes mesmo do primeiro acorde oficial da micareta. Não era apenas um camarote, era um totalmente um dos metros quadrados mais animados da micareta de Feira de Santana.

Ali, sob as luzes e as estrelas, se encontravam artistas consagrados, autoridades políticas, estrelas da televisão e cidadãos comuns. Não havia barreira, não havia patamar. No espaço de Newton Torres, todos eram, simplesmente, foliões. E é isso que faz tanta falta.

Chiclete com Banana, Asa de Águia, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Araketu… cada show parecia ainda mais especial quando, no meio da avenida, havia aquela ilha de felicidade. Era impossível não lançar um olhar admirado, ainda que de longe, para aquele camarote que era quase uma lenda viva.

A Micareta de Feira deve muito a Newton Torres. A festa, que já era grande, ganhou projeção nacional graças à ousadia e ao carisma desse anfitrião inesquecível. Não foram poucos os veículos que cruzaram o país para conhecer de perto o que acontecia ali. A revista Contigo, veio, viu, registrou. Vera Loyola, a socialite carioca, também se rendeu ao encantamento do camarote.

Hoje, no embalo dos 40 anos da axé music e na homenagem ao artista Juracy Dórea, é impossível não abrir espaço para a saudade. Entre trios e multidões, falta aquele pedaço de história.

Que a Micareta siga sua dança, mas que nunca esqueça, parte de seu brilho mais autêntico foi desenhado no sorriso generoso de Newton Torres e no calor de seu camarote inesquecível.

Por: Fábio Negriny / DRT 3307

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