Por mais que tentassem enfeitar a mesa e trocar as louças, o banquete já não agradava o paladar do povo. Nesta sexta-feira (13/06), a Rede Record bateu o martelo e anunciou a saída de José Eduardo, o famoso “Bocão”, do comando do Balanço Geral BA. Foram 17 anos de casa, sendo 10 deles à frente do programa, desde que assumiu o posto em 2014 após brilhar no Se Liga Bocão.
Zé Eduardo não caiu de paraquedas. Ele foi, sim, um fenômeno. Entrava todos os dias no horário do almoço como uma metralhadora giratória de denúncias, escancarando a miséria urbana, os descasos do poder público e a bandidagem sem filtro. Foi o porta-voz da bronca da rua. E nisso, ninguém pode negar.
Só que a audiência, é como torcida de futebol, muda de camisa quando o time para de fazer gol. E foi o que aconteceu. A fórmula que um dia foi sinônimo de liderança virou arroz requentado. Tentaram até turbinar o elenco, enfeitar o cenário, puxar aqui e ali. Mas quando o público já virou o rosto, não tem maquiagem que resolva.
Foi nesse vácuo que surgiu Marcelo Castro, com seu Alô Juca, o novo queridinho da Bahia. Com mais ritmo, mais pegada. Enquanto o Balanço Geral insistia em fórmulas esgotadas, Marcelo castro chegou chutando a porta e ocupou o lugar cativo na hora do almoço do baiano. Resultado, audiência despencando e pressão subindo nos bastidores da Record.
A emissora, claro, tentou ser elegante no adeus, agradeceu com aquele velho texto institucional dizendo ter “profundo respeito pelo trabalho desenvolvido”. Traduzindo do corporativês: “Obrigado, mas o público escolheu outro”.
A verdade é que o tempo de Zé Eduardo como apresentador parece ter expirado, ao menos nessa fase. E nos bastidores, já tem gente apostando numa virada de jogo. Zé Eduardo pode trocar a bancada pelo palanque. Não se sabe ainda se estadual ou federal, mas onde há fumaça, há fogo.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307