Desafiando uma determinação judicial, a Câmara Municipal de Feira de Santana, sob a presidência da vereadora Eremita Mota, decidiu ignorar nesta quarta-feira (04/12) a votação, em segunda discussão, do projeto de lei do Executivo que prevê a antecipação dos precatórios do Fundef. O projeto, que beneficiaria os professores, já havia sido aprovado por unanimidade em primeira discussão e deveria ter sido concluído nesta data, conforme decisão judicial, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
O que causou perplexidade e indignação foi o contraste entre o tratamento dispensado a este projeto e a agilidade demonstrada para outros temas, como o reajuste salarial dos próprios vereadores. O aumento de R$ 19 mil para R$ 26 mil foi colocado em pauta e votado em tempo recorde, como quem não quer perder tempo cuidando do próprio bolso. Já o projeto que faria justiça a uma classe que carrega a educação pública nas costas segue jogado na gaveta do “depois a gente vê”.
A atitude da presidente da Câmara parece deixar um recado claro, quando o assunto é valorizar os professores, não há pressa, mas quando se trata de autorizar aumento salarial para os legisladores, a prioridade brota como mágica. Lembrando que eremita Mota, é professora aposentada do estado, e já recebeu seu dinheiro dos precatórios.
Essa postura não só afronta a categoria dos professores, como também desafia a Justiça, já que a obrigação de votar o projeto foi reiterada judicialmente. Ao que tudo indica, Eremita Mota está disposta a ir para a guerra, não em defesa do magistério, mas contra uma decisão judicial.
Enquanto isso, os professores, que tanto contribuem para o desenvolvimento da sociedade, ficam à mercê de um jogo político que insiste em desrespeitar seu direito legítimo. Resta torcer para que a Câmara entenda que a luta pela educação é também uma luta pela dignidade e pelo futuro.
Por : Fábio Negriny / DRT 3307