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Barbas de molho : Anguera se antecipa a possível investigação e lança edital para reorganizar autorizações de táxi

Política
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Tem um ditado antigo que diz: “Só fecha a porta depois que é roubado.” E, como todo bom ditado popular, ele volta à tona quando a esperteza alheia ameaça entrar pela janela da gestão pública. Foi só a cidade de Serra Preta estampar manchetes fora da Bahia, por causa de um esquema de fraudes em autorizações de táxi, que o alerta acendeu em Anguera.

A pequena cidade de pouco mais de 10 mil moradores, virou motivo de cochicho nos bastidores da política do interior baiano. Uma estranha matemática envolvendo o número de permissões de táxi no município. Enquanto a média nacional gira entre uma autorização para cada 700 a 1.000 habitantes, Anguera, segundo informações de bastidores, opera com quase dez vezes esse número. Uma frota de táxis que faria inveja até a municípios com o triplo da população.

Foi aí que o prefeito Mauro Vieira, atualmente no comando da Prefeitura e também do Consórcio Público Interfederativo de Saúde da Bahia, resolveu se mexer. De forma rápida, quase supersônica, o gestor publicou o Edital de Convocação nº 001/2025. Um recadastramento obrigatório dos permissionários de táxi será realizado entre os dias 14 de julho e 15 de agosto. A convocação acontece no Departamento de Tributos da Prefeitura, das 08h às 12h e das 14h às 16h. Na Praça Arthur Vieira, s/n, Centro de Anguera.

A medida parece mais um “colocar as barbas de molho” do que um ato de organização administrativa. Porque se fosse para organizar de verdade, essa conta estranha já teria sido revista há tempos. Mas agora, com o incêndio estourando na cidade vizinha, Anguera tenta se antecipar. Afinal, o que explica uma cidade pequena, sem demanda real para tantos táxis, ter essa quantidade de autorizações circulando por aí?

Se as permissões de fato foram usadas para fraudes, como indicam rumores que ganham força nos bastidores, a simples convocação para um recadastramento não deve ser suficiente para apagar o fogo. O que se espera agora é mais do que um movimento preventivo, é que as autoridades competentes investiguem com rigor. Porque prevenção, quando feita por medo e não por responsabilidade, é como passar remédio depois da ferida infeccionar.

Por: Fábio Negriny /DRT 3307

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