Em uma apresentação tragicômica no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu dar uma lição pública aos seus ministros, durante uma cerimônia nesta quarta-feira (10/07). No papel de maestro insatisfeito, Lula chamou atenção para a falta de sincronia entre os integrantes de seu governo, que parecem estar mais afinados com o “não comparecimento” do que com os compromissos oficiais.
“A gente cria muita reunião interministerial, eu sou informado das reuniões e nem todos os ministros participam das reuniões. Às vezes, participa da primeira, na segunda já manda um segundo colocado, na terceira manda um terceiro colocado, na quarta manda um quarto colocado” lamentou o presidente, num tom que misturava desdém e irritação.
O momento alto dessa tragicomédia ocorreu quando Lula, virou-se para o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, e decretou: “Todos os ministros que fazem parte têm que participar. É preciso que você, Márcio Macêdo, assuma a responsabilidade de pegar o telefone e ligar para cada ministro.”
Mas, é claro, não poderia faltar a crítica ao nosso querido WhatsApp, o famoso “zap” aquele herói digital que todos amam, mas que, aparentemente, tem a mágica capacidade de tornar mensagens importantes invisíveis. “Muitas vezes a gente acha que todo mundo está ligado no ‘zap’, e aí passa uma mensagem ‘reunião amanhã 9h’, [mas] nem sempre todo mundo vê”, filosofou o presidente, num momento de pura sabedoria.
A ocasião para esse espetáculo público foi o lançamento de medidas de apoio aos catadores de material reciclável. E, como era de se esperar, Márcio Macêdo, foi destacado como o grande coordenador das ações voltadas aos catadores. Afinal, se ele não consegue fazer os ministros comparecerem às reuniões, quem dirá organizar uma ação tão nobre.
Em resumo, o governo de Lula parece uma banda desafinada, onde o maestro puxa as orelhas dos músicos em pleno palco, enquanto a plateia assiste sem acreditar no espetáculo de descoordenação. Aguardemos os próximos capítulos dessa novela governamental, onde o “zap” sempre terá um papel de destaque e o telefone fixo poderá voltar a ser um grande aliado.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307