A tradicional Marcha para Jesus em Feira de Santana, evento que integra o calendário oficial do Brasil desde setembro de 2009, encontra-se abalada por um cenário de descontentamento e divisão entre seus líderes. A mudança da data do evento, aliada a intervenções de figuras políticas locais e a realização de um evento concorrente, gerou uma fissura notável na comunidade evangélica da cidade.
A Associação dos Ministros Evangélicos de Feira de Santana (AME), uma das associações mais antigas e responsável pela organização da marcha, viu-se diante de conflitos internos após a decisão de alterar a data do evento. Essa mudança, que inicialmente visava otimizar a participação dos fiéis, acabou por desagradar alguns líderes, que manifestaram publicamente sua insatisfação.
Um dos pontos de atrito apontados foi a suposta interferência de algumas figuras políticas do município que nunca haviam participado da Marcha para Jesus. Líderes religiosos afirmam que essa intervenção não apenas desrespeitou a autonomia da comunidade evangélica, mas também influenciou diretamente na decisão da AME de se retirar da organização do evento.
“A marcha sempre foi um momento de união e celebração da fé. No entanto, a presença de intervenções externas e decisões unilaterais desencadeou um descontentamento que não podemos ignorar”, declarou um dos líderes evangélico.
Além disso, o surgimento de um evento gospel denominado “CANTA BAHIA”, promovido pelo governo do estado e liderado pelo deputado federal Zé Neto (PT), contribuiu para a divisão na comunidade evangélica. A sobreposição de datas e a aparente priorização desse novo evento geraram ainda mais desconforto entre os líderes religiosos.
A decisão de dividir a atenção da comunidade durante um período crucial para a Marcha para Jesus é vista como danoso pelos críticos, que destacam o princípio bíblico expresso em Mateus 12:25: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.”
Diante desse cenário desafiador, a comunidade evangélica de Feira de Santana busca caminhos para reconciliação e unidade, lembrando-se da importância da cooperação para a preservação de valores e princípios fundamentais para sua fé. Resta aguardar se esses desafios serão superados, permitindo que a Marcha para Jesus retome seu papel de celebração e confraternização na cidade.