Todos sabem que na política, recado dado não precisa de carta registrada. E o senador Ângelo Coronel (PSD), em entrevista nesta última terça-feira (12/08), no programa Diário da Feira, da Rádio Subaé, fez questão de falar alto e claro, mas também de deixar umas entrelinhas no ar.
Senador Coronel foi direto ao ponto sobre as eleições de 2026, é candidato ao Senado, com ou sem o aval de caciques do grupo governista. Questionado sobre a possibilidade de o PT optar por uma “chapa puro-sangue” e deixar seu nome de fora, ele não se furtou em responder, se não houver espaço para ele na composição, não tem sentido permanecer na base do governador Jerônimo Rodrigues.
“Eu e o PSD da Bahia ficamos na base se o nome for escolhido. Caso contrário, seguimos outro caminho”, disse, sem rodeios. A declaração foi recebida como um sinal de que o senador não está disposto a servir apenas de figurante nas eleições de 2026.
Mas a fala que mais deu o que falar veio acompanhada de um elogio carregado de simbolismo. Ao citar o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, Coronel não poupou palavras nem metáforas: “José Ronaldo, ao chegar no PSD, chegará como general, não como um soldado. ” Um afago político que, para muitos, é como convite formal ou, quem sabe, como confirmação de bastidores.
E não é segredo que Ângelo Coronel tem um grande respeito por José Ronaldo. Destacou sua relevância na política baiana e a amizade que os une. Palavras que, no dicionário político, têm peso de promessa e cheiro de aliança.
No fim das contas, o recado foi duplo, primeiro, que o senador Ângelo Coronel não pretende abrir mão de seu projeto ao Senado, segundo, que, se José Ronaldo de fato desembarcar no PSD, não será para figurar, mas para comandar. Afinal, em tempos de campanha, quem entra como general não se contenta com trincheira.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307