Nesta sexta-feira (18/07), durante a missa em homenagem ao aniversário do prefeito José Ronaldo de Carvalho, realizada em Feira de Santana, a presença do ex-governador da Bahia, Paulo Souto, chamou atenção, mas não pelos motivos de outrora. Longe dos holofotes que o acompanharam por anos, Paulo Souto, hoje com 81 anos, foi mais um entre os presentes, sem o reconhecimento ou reverência que seu histórico político poderia sugerir.
Paulo Souto, que já teve microfones à sua espera e câmeras disputando o melhor enquadramento, agora ocupa discretamente um assento lateral. Nenhuma entrevista, nenhuma declaração, nenhum destaque. Apenas a lembrança de quem já ocupou o mais alto posto do Executivo estadual.
O episódio serve como retrato de uma realidade comum a muitos ex-políticos, o distanciamento do presente e a dificuldade de manter relevância após o fim dos mandatos. A frase “o futuro a Deus pertence”, frequentemente utilizada por políticos, tem sido uma saída diplomática para a ausência de planos concretos. No caso do ex-governador Paulo Souto, surge mais como um suspiro paciente do que como esperança.
Paulo Souto, que governou a Bahia em duas ocasiões e chegou a ser considerado uma das vozes mais influentes do estado, tem hoje uma participação quase nula na vida pública. Desde que deixou a vida institucional, raramente aparece em eventos ou manifestações políticas, e quando aparece, como nesta sexta-feira, sua presença já não causa abalo.
A política é implacável com quem não se reinventa. O tempo em que o nome bastava para mobilizar multidões já passou. E, enquanto muitos ainda insistem na retórica do “a Deus pertence”, o presente exige mais que fé, exige presença ativa, diálogo com as novas demandas e sensibilidade para compreender que os tempos mudaram, e os eleitores também.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307