Após a publicação da matéria no dia 19 de janeiro de 2025, o site A Veracidade lançou uma investigação sobre denúncias envolvendo associações comunitárias de Feira de Santana que, ao que tudo indica, se transformaram em verdadeiros buracos negros de dinheiro público. O ponto de partida foi a convocação da Controladoria Municipal, que no dia 16 de janeiro emitiu um edital no Diário Oficial Eletrônico exigindo sobre o uso de valores grandes recebidos por essas entidades.
Dezenas de associações sem fins lucrativos receberam subvenções destinadas, em tese, a projetos de grande relevância social. No entanto, ao que parece é que, altas quantias foram liberadas, mas o impacto prático na vida da população é quase invisível.
Uma dessas associações, recebeu a quantia de R$ 535.141,00 para executar o projeto denominado “Saúde Comunitária”. A promessa era oferecer acesso a serviços de saúde para mais de 300 famílias, mas o que se viu foi uma execução cheia de brechas.
De acordo com os dados levantados, parte dos recursos foi destinada às despesas que levantam questionamentos:
R$ 35.000,00 em locação de veículos;
R$ 30.000,00 para aluguel da sede da associação;
E o que mais chamou a atenção: quase R$ 36.000,00 pagos em sete meses para uma enfermeira, o que daria uma média de R$ 5.142,85 por mês um valor fora da realidade para o tipo de projeto proposto.
Apesar de tudo isso, moradores da comunidade disseram que os serviços de saúde prometidos nunca aconteceram de forma consistente.
Notas suspeitas crescentes
As suspeitas de irregularidades aumentaram após a revelação de que algumas empresas fornecedoras de notas fiscais podem ser fictícias ou emitirem as chamadas “notas frias” uma prática que, se confirmada, configurará crime. Fontes próximas à investigação afirmam que essas empresas já estão no radar do Ministério Público e podem ser chamadas a prestar esclarecimentos em breve.
Portal da Transparência expõe o caso
Os valores repassados a essas associações estão disponíveis no Portal da Transparência, mas a análise dos dados revela mais perguntas do que respostas. Qual o selecionado para a escolha dessas entidades? Quem fiscaliza a execução dos projetos?
Impacto social ou fachada?
A questão principal é, como uma palavra tão expressiva, destinada a um projeto de saúde, pode gerar tão poucos resultados? Enquanto isso, a população continua à espera dos serviços que nunca chegaram, ficando apenas com as promessas.
A equipe de A Veracidade segue acompanhando o desenrolar das investigações e reafirma o compromisso com um jornalismo que prioriza a transparência e a defesa do interesse público. A farra com dinheiro público precisa acabar, e os culpados devem ser responsabilizados.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307