O Partido dos Trabalhadores (PT) de Feira de Santana carrega um histórico intrigante quando o assunto é eleger deputados estaduais. Desde 2018, o partido não conseguiu garantir uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) com nenhum candidato realmente da Princesa do Sertão. O último petista feirense a ocupar essa posição foi o deputado Zé Neto, que, ao trancar a porta da ALBA, parece ter jogado a chave no fundo do oceano.
Zé Neto iniciou sua trajetória estadual em 2002, quando foi eleito com mais um pouco de 32 mil votos, ocupando a 48ª posição entre os eleitos. Consolidou-se na política estadual ao ser reeleito em 2006, 2010 e 2014, com destaque nas duas últimas eleições como o deputado estadual mais votado do PT na Bahia.
Em 2018, Zé Neto elevou seu nível ao ser eleito deputado federal, com expressivos 129.196 votos, ficando entre os sete mais votados do estado. Desses, 50.685 votos vieram de Feira de Santana, um número suficiente para eleger um deputado estadual. Ainda assim, o PT feirense não conseguiu transformar essa base em outra liderança estadual.
Agora, existe um movimenta para 2026, com o nome do vereador Silvio Dias sendo ventilado como possível candidato a deputado estadual. No entanto, o ambiente interno não é dos mais harmoniosos. Há rumores de desgaste na relação entre Silvio Dias e Zé Neto, especialmente após a retirada de algumas “máquinas de votos” da base de apoio do vereador, como a 3º Ciretran de Feira de Santana, a qual passou o comando para o empresário, lobista e político Yure Guimarães.
Outro complicador é a presença do atual deputado estadual Robson Almeida, um aliado de Zé Neto. A dobradinha entre os dois segue firme, o que coloca Silvio Dias em posição de desvantagem. Sua eventual candidatura seria uma tentativa de demonstrar independência ou uma afronta estratégica ao domínio de Zé Neto no PT em Feira de Santana?
Desde 2018, o partido não conseguiu eleger um deputado estadual em Feira de Santana. Para 2026, a pergunta que fica é, será que o PT terá força para eleger dois nomes de uma só vez? Ou continuará a saga de votos dispersos e articulações falhas?
No jogo político, tudo pode acontecer. Inclusive nada.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307