A política de Feira de Santana tem revelado movimentos que a cada dia surpreende a todos, ou a quase todos. Nos últimos meses o pré-candidato a prefeito, Zé Neto (PT), tem intensificado esforços para conquistar a comunidade evangélica da cidade, um grupo que historicamente apresenta grande rejeição ao seu partido. Em uma manobra estratégica para diminuir essa resistência, Zé Neto conta com o apoio de figuras , como o ex-secretário Municipal de Relações Interinstitucionais, Nau Santana.
Nau Santana, que até o ano passado integrava o grupo liderado pelo ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho, surpreendeu a muitos ao alinhar-se ao grupo petista. Sua participação ativa na pré-campanha de Zé Neto levanta questionamentos sobre os motivos de sua mudança de lado, considerando o apoio constante que recebeu do ex-prefeito durante sua trajetória no governo municipal.
Atualmente, Nau é apontado como um dos coordenadores da equipe de Zé Neto em Feira de Santana, dedicando-se intensamente à missão de eleger o deputado como próximo prefeito da cidade. Essa aliança inesperada demonstra que, na política, a “mão que afaga” pode, a qualquer momento, “abater”.
A pré-campanha de Zé Neto tem se mostrado ambiciosa, especialmente na tentativa de conquistar o apoio dos evangélicos. Embora tenha enfrentado dificuldades nas duas últimas tentativas de mobilizar esse grupo, com eventos realizados na sede da cidade e no distrito de Humildes, que não atraíram o público esperado, a equipe não tem poupado esforços.
Os eventos, como o “Canta Feira”, que receberam R$ 200 mil em emendas parlamentares destinadas pelo próprio Zé Neto, foram marcados por baixa adesão, evidenciando o desafio que é romper a barreira de rejeição entre os evangélicos. No entanto, a equipe segue firme na estratégia, acreditando que convencer a comunidade de que Zé Neto pode ser um bom amigo dos crentes de Feira de Santana será um verdadeiro “milagre”, comparável à abertura do Mar Vermelho.
A aliança com Nau Santana representa uma tentativa de Zé Neto de ganhar legitimidade e apoio em setores onde o PT tradicionalmente enfrenta resistência. A movimentação do ex-secretário é vista como um trunfo para a campanha, mas também carrega consigo o peso de um passado recente, onde sua fidelidade política era dirigida a um grupo completamente oposto.
Com a pré-campanha em andamento, resta observar se os esforços de Zé Neto e sua equipe conseguirão vencer a desconfiança e conquistar o apoio necessário para uma vitória nas urnas. Em uma cidade onde a política é tão dinâmica quanto imprevisível, cada movimento pode ser decisivo. Assim, a trajetória de Nau Santana na campanha de Zé Neto exemplifica a velha máxima de que, na política, a mão que afaga hoje pode ser a mesma que abate amanhã, e vice-versa. O futuro político de Feira de Santana promete ser tão surpreendente quanto essa aliança inesperada.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307