A imprensa feirense enfrenta um desafio importante que vai além da simples busca por notícias ou audiência. É uma questão de identidade e integridade, uma batalha pela dignidade e pela reciprocidade que muitas vezes parece esquecida. Em uma cidade onde as parodias e padrão básico são tão prontamente aceitos e propagados, a imprensa tem um papel vital não apenas na propagação da informação, mas também na formação de uma narrativa mais justa e equilibrada.
É inegável que a cultura do deboche e da desvalorização permeia muitos ambientes da sociedade feirense. Os humoristas rotulam a cidade como um antro de desonestidade e fraude, enquanto algumas figuras públicas são elevadas às alturas, muitas vezes à custa da própria imprensa que agora enfrenta o desdém desses mesmos indivíduos que um dia cortejaram.
O episódio lamentável em que membros da imprensa foram barrados por aqueles que tanto enaltecem é emblemático de um problema mais amplo . É um reflexo da falta de respeito mútuo e da desigualdade de tratamento que parece ser aceita como norma. Autoridades e figuras relevantes humilham e menosprezam, enquanto alguns na imprensa continuam a mendigar por atenção e favor.
É hora de um despertar, um amadurecimento coletivo que ultrapasse os infantilismos das relações atuais. Como citado nas sagradas escrituras, é hora de abandonar os comportamentos infantis e abraçar a maturidade, tanto na imprensa quanto na sociedade como um todo.
Enquanto a imprensa se curvar aos caprichos dos poderosos, enquanto se submeter aos interesses daqueles que detêm o poder econômico e político, ela perde sua essência. Deixam de ser meros correspondentes do povo para se tornarem servos da casa grande, sacrificando a verdade e a integridade em prol de favores e privilégios passageiros.
É hora de reafirmar o papel da imprensa como um guardião da verdade, como um contraponto às narrativas distorcidas e aos interesses mesquinhos. É hora de exigir respeito mútuo, de rejeitar a subserviência e reivindicar a independência e a dignidade que são fundamentais para um jornalismo verdadeiramente livre e responsável.
Por: Fábio Negriny