A saúde pública em Feira de Santana enfrenta um cenário de profunda crise, com filas de espera intermináveis que muitas vezes ultrapassam um ano para procedimentos cirúrgicos, comprometendo atos de alta complexidade devido à falta de condições de atendimento, equipamentos, medicamentos essenciais e leitos de terapia intensiva para pacientes graves. Essa realidade sombria é agravada pelo triste episódio de crianças perdendo suas vidas em um hospital que, ironicamente, foi erguido para proporcionar um atendimento de qualidade.
Na esfera legislativa, a Comissão de Saúde, Assistência Social e Desporto da Câmara de Vereadores de Feira de Santana, composta por três vereadores, deveria desempenhar um papel crucial no debate e análise das questões relacionadas à saúde municipal. No entanto, a inoperância dessa comissão é evidente, pois não se observam audiências públicas, reuniões ou visitas às unidades de saúde para entender as necessidades da população e buscar soluções para os problemas enfrentados na área da saúde.
Recentemente, mais um episódio lamentável ocorreu no Hospital Estadual da Criança, onde um bebê de um ano e três meses faleceu, enquanto a família denuncia a falta de atendimento adequado. Este é apenas um entre muitos casos que expõem a negligência e o silêncio ensurdecedor das autoridades frente a essa situação alarmante.
Há uma especulação crescente na população sobre o motivo do silêncio da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores. Alguns sugerem que a falta de manifestação pode estar relacionada ao fato de que os vereadores que a compõem estão ligados ao grupo político do governo estadual, responsável pela gestão do Hospital da Criança.
Nas redes sociais, as angústias dos pais em frente aos hospitais, especialmente com suas crianças, são compartilhadas amplamente. Mães desesperadas relatam situações em que seus filhos com febres altas não são atendidos devido à falta de leitos ou consultórios, como ocorreu recentemente no Hospital da Criança em Feira de Santana. A população clama por socorro às autoridades competentes.
Diante desse contexto crítico, é crucial lembrar o que estabelece a Constituição Federal no seu artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
A situação da saúde em Feira de Santana exige medidas urgentes e eficazes para garantir o cumprimento desse direito fundamental e promover uma melhoria significativa na qualidade de vida da população.
Por: Fábio Negriny