O Conflito entre pão e circo e a vida humana

Política
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Em meio a uma era onde o clamor pela saúde e bem-estar humanos deveria ser prioritário, testemunhamos uma preocupante inversão de valores. O antigo adágio romano do “pão e circo”, que historicamente denota a estratégia de distrair a população com entretenimento superficial enquanto questões cruciais são negligenciadas, ressurge com uma preocupante ressonância nos dias atuais.

Enquanto muitos indivíduos lutam pela sobrevivência em meio ao sistema de saúde precário e ao caos sanitário, observamos uma cruel indiferença para com as vidas humanas. Filas intermináveis nos corredores dos hospitais, pacientes aguardando desesperadamente por uma vaga em UTIs, e o desamparo enfrentado por aqueles que buscam um mínimo de assistência médica são realidades torturantes, ignoradas em prol de um espetáculo midiático.

Em complemento às demandas urgentes do sistema de saúde, vemos um investimento desmedido em eventos de entretenimento. A cifra exorbitante destinada a shows e espetáculos, embora possa proporcionar momentos temporários de distração, levanta questionamentos éticos e morais. Como podemos justificar gastos milionários em eventos enquanto vidas perecem em hospitais superlotados?

O Tribunal de Contas do Município, órgão responsável por fiscalizar os gastos públicos e assegurar a eficiência na administração dos recursos, parece permanecer imóvel diante dessa discordância gritante. Onde está a fiscalização rigorosa para impedir tais excessos? Como podemos tolerar o gasto de milhões em espetáculos, enquanto o sistema de saúde clama por recursos e infraestrutura adequada?

O ano de 2024 se aproxima, trazendo consigo as eleições que representam a voz do povo. É imperativo que os cidadãos exerçam seu poder e demandem uma mudança de prioridades. Chega de sacrificar a saúde e o bem-estar da população em prol de um circo midiático. É hora de restaurar o respeito pela vida humana, investindo recursos e esforços onde realmente importa.

Que em meio às promessas eleitorais e aos discursos inflamados, não nos esqueçamos da verdadeira essência do poder democrático: o bem-estar e a dignidade de cada cidadão. Que o fim dos espetáculos repleto de pompa marque o renascimento de uma consciência coletiva, onde a vida humana seja sempre prioridade absoluta sobre qualquer forma de entretenimento temporário.

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